Início / Notícias / Audiência Pública na Câmara Municipal de Manaus discute políticas para povos indígenas

Audiência Pública na Câmara Municipal de Manaus discute políticas para povos indígenas

Encontro teve como objetivo ouvir demandas das diversas etnias presentes na audiência e buscar encaminhamentos junto ao Executivo Municipal

O vereador Zé Ricardo (PT) ressaltou que a Audiência Pública não se limitou a ouvir as reivindicações, mas também visou a construção de propostas - Foto: Cleuton Silva/Dicom

Em alusão ao Dia dos Povos Indígenas, celebrado em 19 de abril, a Câmara Municipal de Manaus (CMM), por meio da 13ª Comissão de Direitos Humanos, Povos Indígenas e realizou, nesta segunda-feira (28 de abril), uma Audiência Pública para debater a situação dos indígenas que vivem na capital amazonense.

A iniciativa, proposta pelo presidente da Comissão, vereador Zé Ricardo (PT), reuniu lideranças indígenas e representantes de diversos órgãos, como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai); Ministério Público Federal (MPF-AM); Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime); Ministério Público do Amazonas (MP-AM), e Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Amazonas (OAB-AM).

O encontro teve como finalidade reunir as principais demandas das diversas etnias que vivem em Manaus e articular propostas junto ao Executivo Municipal. Durante a audiência, lideranças indígenas destacaram a importância de reforçar políticas públicas nas áreas de moradia, saúde e educação.

O vereador Zé Ricardo (PT) ressaltou que a Audiência Pública não se limitou a ouvir as reivindicações, mas também visou a construção de propostas concretas para serem encaminhadas à prefeitura e incorporadas no orçamento municipal.

“Manaus tem mais de 70 mil indígenas, de mais de 30 etnias, vivendo em sua área urbana. A cidade precisa garantir políticas específicas de moradia, educação diferenciada, saúde e cultura para essas populações”, afirmou.

O parlamentar também enfatizou que o objetivo é garantir a continuidade do diálogo para além da audiência. “Queremos que essa escuta resulte em políticas públicas permanentes, e não apenas em ações pontuais. A construção de um orçamento voltado para atender essas demandas é fundamental”, completou.

A moradia foi uma das principais pautas levantadas pelas lideranças. De acordo com o coordenador regional da Funai, Emilson Frota Munduruku, muitos indígenas que migram para a capital acabam vivendo em condições precárias e sem acesso a políticas habitacionais específicas.

“A Funai não é responsável por habitação urbana. A criação de programas de moradia para indígenas em Manaus é uma responsabilidade do município e, por isso, estamos aqui com o intuito de apresentar as necessidades”, ressaltou.

A oferta de saúde também foi destacada durante a audiência pela presidente da Copime, Marcivana Sateré-Mawé. “A saúde diferenciada é um direito garantido, mas que na prática, precisa de mais reforço para os indígenas urbanos”, afirmou.

No campo da educação, o procurador do MPF-AM, Fernando Merloto Soave, destacou a não implementação da lei municipal de 2021, que prevê a criação de espaços educativos e culturais indígenas.

“É necessário garantir escolas com professores indígenas e respeitar as línguas e tradições dos diferentes povos”, disse.

Texto: Lidiane Castro/Dicom

Compartilhe:

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email
Share on print
Share on telegram