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Mais de 1000 ostomizados precisam de bolsas de colostomia em Manaus, alerta Fred Mota

Cerca de 1000 pacientes ostomizados de Manaus, isto é, que usam bolsas de colostomia, estão sem receber bolsas suficientes da Secretaria de Estado de Saúde (Susam). A denúncia foi feita pelo vereador Fred Mota (PR) durante o pequeno expediente da Câmara Municipal de Manaus (CMM) de quarta-feira (20/2).

De acordo com o vereador, eram distribuídas 10 bolsas, da marca Convatec, para o prazo de um mês. No entanto, a distribuição atual está em apenas duas bolsas para um mês, sendo que cada bolsa de colostomia tem prazo apenas de dois dias de uso. Os casos, segundo o parlamentar, não acontecem apenas em Manaus, mas também no interior do Estado.

“Eu recebi notícias de casos graves não só aqui em Manaus, mas também no interior do Estado. Em Barreirinha, por exemplo, tem uma senhora que é ostomizada e, para prender a bolsa ao seu corpo, ela usa manta asfáltica. O pior de tudo isso é que ela já usou durex, fita isolante e todo tipo de adesivo pra segurar a bolsa, e não segura”, disse o vereador.

Situação desgastante

Outro caso relatado por Fred Mota foi o de um homem, em Manaus, que não conseguiu mais adquirir bolsas junto à Susam e, por isso, usa sacolas de pão e de supermercado junto à abertura da bolsa, no estômago, para tentar segurar as excreções. O parlamentar ainda lembrou o caso do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que também precisou utilizar bolsa de colostomia após um atentado na cidade de Juiz de Fora (MG), em setembro de 2018.

“O presidente da República ficou internado em um hospital de referência, e ainda assim, depois da cirurgia, ainda sofreu uma infecção. Agora imaginem, vereadores, a dona Madalena, lá em Barreirinha, que tem que colocar manta asfáltica para poder prender a bolsa na barriga e tem que tirar a bolsa para lavar e usar de novo! É uma situação terrível”, arrematou.

O vereador aproveitou para destacar que, junto com representantes da Associação dos Ostomizados do Estado do Amazonas (Aoeam), estará nesta quinta-feira (21) na sede da Susam, para uma audiência com o vice-governador e titular da pasta, defensor público Carlos Almeida Filho. “É um absurdo o que está acontecendo. A dona Madalena, lá de Barreirinha, já até desistiu. Recebi um áudio dela dizendo que não faria mais nada, e que esperaria Deus levar ela. Precisamos fazer alguma coisa para rever essa situação”, completou.

Discussão antiga

A situação dos colostomizados tanto em Manaus como no estado do Amazonas já foi tema de audiência pública na CMM em 16 de agosto de 2018, por iniciativa de Fred Mota, com a participação do defensor público Arlindo Gonçalves, do titular da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Marcelo Magaldi, do representante da Susam, Paulo Silva, e do presidente da Aoeam, Mauro Coelho.

Na época, a recomendação do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM) era que o governo do Amazonas realizasse nova licitação para a compra das bolsas, o que deixou os pacientes ostomizados receosos sobre a qualidade do material a ser adquirido.

Durante a audiência, o defensor Arlindo Gonçalves informou que apenas uma marca de bolsa de colostomia se adequava à realidade da região Norte do Brasil, de acordo com um estudo realizado em 2006. As outras marcas então consideradas para compra não se adaptavam, trazendo problemas e constrangimentos para os usuários.

“Um dos receios dos pacientes é que, na licitação, se esqueça do ponto qualidade e se pense na economia. A maioria dos usuários da bolsa de colostomia já conhece outras marcas. Se for para abrir um processo licitatório, ótimo, mas que exista um critério mínimo de qualidade”, comentou Gonçalves, à época.

 

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