Políticas
Públicas. Além de ser o tema da Campanha da Fraternidade de 2019, esse foi o
assunto da audiência pública proposta pelo vereador Elias Emanuel (PSDB) e realiza
na terça-feira, no plenário Adriano Jorge da Câmara Municipal de Manaus (CMM). De acordo com o autor da proposta, o objetivo foi
reunir lideranças, entes representativos e sociedade civil, e assim construir
um gesto concreto para toda a sociedade.
A
Campanha da Fraternidade é realizada anualmente no período da Quaresma. Cada
ano é escolhido um tema que define a realidade a ser transformada e um lema que
mostra em que direção se busca a transformação. Este ano, o lema é “serás
libertado pelo direito da justiça”.
Representando
o bispo emérito de Manaus, Dom Sérgio Castriani, frei Paulo Xavier citou
durante a audiência pública, a forma transformadora do evangelho no cotidiano
das comunidades. “A política é, essencialmente, o cuidado para com o que é o
bem comum. É a busca de realizar ações que ajudem a integração de todos na
sociedade”, afirmou.
O
religioso pediu que haja a integração entre sociedade civil e órgãos públicos,
para que as políticas públicas da cidade sejam aplicadas efetivamente e de forma
mais justa a todos. “Políticas públicas com ações comuns, realmente públicas,
pertencentes à todos. É tarefa não só dos cristãos participar da elaboração e
concretização de ações que visem moderar a vida das pessoas”, disse frei Paulo.
Alberto
Jorge Silva, coordenador da Articulação Amazônica dos Povos Tradicionais de
Matriz Africana (Aratrama), criticou o excesso de impostos. Ele citou que, em
2016, a carga tributária no país chegou aos 32,43 % do Produto Interno Bruto
(PIB), ou seja, bem mais do que os 20% cobrados no Brasil, no período colonial.
O que estão fazendo com os nossos impostos?”, indagou.
Na
oportunidade, ele criticou a taxa criada pelo município, conhecida como a Taxa
do Lixo e estabeleceu um comparativo com a falta de investimentos em outras
áreas essências à população. “Nos falta uma política de moradia. Os bolsões de
miséria vêm se alastrando por todos os lados, saúde não tem investimento”,
afirmou Alberto Jorge, citando a saúde mental, como uma das áreas que mais
carece de investimento público. “O número de Centros de Atenção Psicossocial
(CAPS) é insuficiente, o atendimento à população é ineficiente. A falta de
fiscalização e interesse as áreas de proteção ambiental tem causado os excessos
de invasões e pouco tem feito para evitar”, concluiu.
O
representante da Aratrama pediu mais atenção dos gestores públicos para com as
pessoas e justiça com os inúmeros crimes praticados contra as minorias. “É
preciso que se investigue a fundo os casos de milícia e tantos outros. É um
absurdo, o descaso com o sangue daqueles que morreram e clamam por justiça”,
cobrou.
Para
o vereador Elias Emanuel, autor da proposta de audiência pública para tratar
sobre o tema da Campanha da Fraternidade 2019, disse que é necessário refletir
sobre o assunto. “Precisamos trazer reflexão para o atual momento que o país
vive, além da luta pelos direitos já garantidos pela Constituição Federal”,
afirmou.
O
vereador lembrou que o texto base da Campanha da Fraternidade descreve, entre
outros tópicos, o ciclo e as etapas de uma política pública, fazendo a
distinção entre as políticas de governo e do Estado.
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13.03.19 15:32h